
A Capela de Santo Amaro
A Capela de Santo Amaro em Cicouro, de conceção contemporânea, é um projeto de embasamento em um templo de 1633, do premiado e consagrado arquiteto Michelle Cannatà, está implantado nas antigas eiras com o mesmo nome, à saída da localidade em direção a São Martinho de Angueira.
Construída em 1992 a mando e expensas do sr. Altino Torrão, como resultado de graça concedida pelo Santo, foi capa da revista de arquitetura e é considerada a capela de traça moderna mais original de todo Trás os Montes.
O Castelo
Conta-se que por este local terá entrado Ferdinand Porsche quando fugia da guerra no centro da Europa (II Guerra Mundial). Então, acompanhado pelo guia, ao chegar a este local, avistando paisagem calma e plana, respirando a plenos pulmões disse:
O castelo é o topónimo dado ao ponto de cota mais elevado de todo o concelho de Miranda do Douro. Situado mesmo na linha de fronteira, daqui podemos avistar, em dias claros, todo o Planalto Mirandês, as Serras de Castanheira, Bornes, Montemuro, Alvão, Nogueira, Coroa, Sanábria, Culebra, Cabreira, Pico de Almanzor (Serra de Gredos), assim como outras elevações de todo o Maciço Central que divide a Meseta Ibérica.
– Cheguei ao paraíso!
O guia, vendo tamanha satisfação, afirma:
– Sabeis senhor, observamos muito longe porque estamos no ponto de cota 911.
Nisto, o industrial alemão vira-se para o guia e responde com entuasiasmo:
– Esse ainda há-de ser um número mítico!

O Lavadouro
É uma edificação construída em granito no centro da aldeia. O telhado apoia-se em seis pilares também de granito e é abastecido por água da rede pública que existe na aldeia desde o início dos anos sessenta do século passado.
O Forno Comunitário
O forno comunitário situa-se no edifício contíguo à antiga abadia e era utilizado pelas pessoas que não dispunham de forno próprio para cozer o pão.

A Forja comunitária
Situada no centro da aldeia, junto ao ribeiro, mantém ainda hoje o equipamento mínimo necessário à função do ferreiro. Era utilizado pelas pessoas que necessitavam e cada qual pagava a jorna ao ferreiro e aos malhadores, comprometendo-se também a fornecer o carvão que geralmente era feito, no monte, por dele necessitava.
As pontes tradicionais
Cicouro tem ainda três pontes tradicionais, feitas com pilares e lages de pedra inteiros, normalmente em granito ou xisto.
A primeira, pedonal, na povoação, entre a ponte da estrada e a ponte de baixo.
A segunda no Vale de Fonte Espino, ao lado da nova ponte construída nos anos noventa do século passado.
A terceira nos Castros, a montante da ponte de manilhas, construída no traçado do caminho.
A Penha do Mouro
Situa-se junto da linha de água que dá origem ao Ribeiro de Ourreta do Poço. Pensa-se que terá sido um abrigo rupestre naturalmente escavado na rocha de xisto. O riacho, agora completamente assoreado e coberto de mato, era rico em pequenos peixes (rovacos), principalmente nas partes mais profundas ou nos “poços” ao longo da linha d’agua até confluir com o rio Agueira na aldeia de São Martinho.
A Cruz da Cándena
Situada a poucos metros do marco de fronteira entre Portugal e Espanha, esta cruz datada do século XIX situa-se nun colo da Serra da Luz em local contíguo al antigo traçado do Carril Mourisco. Este é o nome dado à antiga Via Rimana que percorre toda a Terra de Miranda, nomeadamente entre a Cruz de Braço Cobrado, em Sendim, e a Cruz da Cándena em Cicouro.
Também, no pinhal próximo desta Cruz, “pelas zero horas do dia 19 de agosto de 1968 chegaram os primeiros elementos da LUAR vindos de Paris, conduzidos a pé por Manuel Torrão[1]…”
[1] VAZ, Luís – A LUAR – Da operação Covilhã (1968) até à extinção da Organização (1976), pág 68, Âncora Editora, Lisboa, setembro de 2023
A toponímia
A toponímia de Cicouro está registada e georreferenciada em dois sítios de acesso gratuito:
No Google Maps em https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?mid=1IiIjd9IQGflTqWVyhf1wwJrpUDU&ll=41.64271019386324%2C-6.29381407397455&z=13
No OpenStreetMap em https://www.openstreetmap.org/#map=16/41.64242/-6.29723