27, 28, 29 e 30 de Dezembro
Tradição com raízes ancestrais que se insere no quadro das seculares celebrações do solstício de Inverno com uma dose muito grande de paganismo, tem origem em rituais dionisíacos e nela aparecem sinais de comunitarismo antigo, tem como principal atração o peditório á volta da aldeia, acompanhado pelos Pauliteiros e pelas principais “figuras”: o Carocho e a Velha.
O Carocho veste um fato de pano grosseiro e largo, traz a cabeça coberta com um chapéu, a cara coberta com uma máscara de couro e um grande garfo de madeira na mão (usado para roubar as chouriças e os enchidos nas visitas pelas casas). Calça galochas ou polainas com botas de bezerro.
A Velha ou “ Biêlha” veste saia, blusa de chita estampada, lenço chinês na cabeça, xaile a tiracolo, um rosário de castanhas assadas ao pescoço. Numa mão traz uma estaca com que recolhe a esmola de chouriça e outras peças que lhe vão dando pelas casas.
Breve resumo do programa:
Dia 27 – Die de ls Cepos – Na Véspera da festa, a grande fogueira vai agregar à sua volta as gentes da aldeia, degustando o “convite”; bailando ou simplesmente conversando, assistindo às danças dos pauliteiros.
Pela noite, a festa inclui baile popular, com mais comes e bebes entre as gentes da aldeia. O Carocho faz então a sua primeira aparição, trajando a rigor e cometendo as suas habituais tropelias e desacatos.
Dia 28 – 06h às 22h30 – Die de San Juan – O dia 28 de dezembro começa com uma alvorada mal rompe o dia e os foguetes anunciam que as celebrações começam e os gaiteiros da terra tocam a única música destinada a esta hora, a alvorada”
De seguida, o Carocho e a Velha, acompanhados pelos Pauliteiros da terra, ao som dos gaiteiros ou tocadores de flauta pastoril da terra, vão percorrer todas as ruas da aldeia, recolherem esmola, em dinheiro ou espécie (chouriças, salpicões e cereal). As peças de fumeiro, pés, orelhas e costelas de porco, são para fazer a ceia comunitária que se realiza no dia 29 de dezembro.
Os pauliteiros dançam um laço à porta de cada vizinho e o Carocho e a Velha acompanham, dançando, o ritmo dos instrumentos musicais dando saltos, fazendo trejeitos. À porta dos vizinhos a quem faleceu algum familiar nesse ano, a dança é interrompida e reza-se pelas almas das obrigações daquela família.
No final da manhã o cansaço há- de levá-los até à igreja onde se celebra a missa, na qual os Pauliteiros dançarão o “O senhor Mio” ao som da flauta pastoril e do tamboril, com a gaita-de-foles a fazer-se ouvir aquando o levantar da Hóstia.
Depois da procissão à volta da igreja, os Pauliteiros dançam no sagrado, com o Carocho e a Velha presentes como forma de despedida.
Dia 29 – 20h – Dia das Murcielhas (ceia Comunitária)
Na Ceia comunitária participam todas as pessoas da povoação e outras pessoas convidadas pelos mordomos da festa
Dia 30 – 20h – Dia das Entradas – Ritual de iniciação para os mais jovens da aldeia.